Blog do Alécio Brandão

MACAÚBAS: USINA DE CACHAÇA QUE CUSTA MAIS DE 300 MIL, APODRECE EM GALPÃO NO PAJEÚ.

Foto meramente ilustrativa


Segundo matéria do Jornal do Sudoeste, em sua edição 512, um equipamento adquirido com recursos do contribuinte e que deveria estar gerando empregos, renda e divisas para o município está, há cerca de três anos, abandonado e sofrendo as ações do tempo em um galpão em Macaúbas. O descaso com o dinheiro do contribuinte reflete a falta de sintonia entre o discurso e a prática dos envolvidos no processo que resultou na aquisição da Mini Usina de Álcool e Cachaça, que tem capacidade para processar 300 litros de cachaça por turno de oito horas, ou seja, em um processo de produção com três turnos, que opere durante trinta dias ininterruptamente, possibilitaria a produção mensal de 27 mil litros de aguardente de cana, além de rapadura, melaço e açúcar mascavo, com reflexos positivos na economia do município.
A Mini Usina de Álcool e Cachaça foi adquirida por R$ 600 mil, financiada com recursos do Programa de Apoio as Agroindústrias do Estado da Bahia, operacionalizado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), por meio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda), tendo como beneficiária da ação a Cooperativa dos Agricultores de Cana de Açúcar de Canatiba. Também foram parceiros na formatação do projeto o Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas na Bahia (Sebrae/BA) e a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Agricultura – que assumiu o compromisso de apoiar todas as fases do empreendimento – além do mandato do Nelson Souza Leal (PSL). Pelo menos cento e cinquenta famílias de pequenos produtores de cana de açúcar da região de Canatiba deveriam estar sendo beneficiados pela operação da Mini Usina.
(…)
O projeto, formatado com objetivo de melhorar a produção de cachaça, rapadura e açúcar mascavo na região produtora de cana de açúcar na microrregião de Canatiba, com foco na qualidade dos Equipamentos
adquiridos com recursos do erário, que deveriam estar gerando emprego e renda, estão HÁ três anos abandonados em um depósito e poderão ser, se não houver uma ação para sua utilização, remanejados para outro município
ficação da cachaça artesanal produzida para atender as exigências do mercado nacional e, principalmente, visando sua exportação, além de ampliar a área plantada, que atualmente ocupa cerca de 600 hectares.

Os envolvidos no projeto, ouvidos pela reportagem do JORNAL DO SUDOESTE, procuraram, de alguma forma, isentar-se das responsabilidades pela não implantação do projeto, apresentando justificativas.

O Gerente do Escritório Local da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda), órgão da estrutura da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, pesca e Aquicultura, Magno Vaz Rocha, afirmou estar a apenas seis meses no cargo e que teria recebido de ‘herança’ o que chamou de ‘pepino’. Rocha lembrou que o projeto foi desenvolvido e aprovado em razão do município ser um grande produtor informal de cachaça artesanal. A proposta, asseverou, era legalizar a produção, capacitar os produtores e abrir possibilidades para que o produto pudesse ser colocado no mercado interno e externo, gerando empregos, renda e divisas para o município e o Estado. O Gerente da Ebda ressaltou que o órgão adotou todas as providências que lhe cabiam no projeto, apresentando, inclusive, documentos que teriam sido repassados à Associação de Canatiba. Lembrou, ainda, que a Ebda cabe, no projeto, fornecer apoio técnico aos empreendedores que, até o momento, não estariam legalmente constituídos para fazer com que o processo avançasse.
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Procurado pela reportagem do JORNAL DO SUDOESTE, o prefeito José João – Zezinho – Pereira (PSB), através de mensagem eletrônica subscrita pela titular da Assessoria de Comunicação Social, jornalista Maraiza Bonatini, destacou que a implementação da Mini Usina de Álcool e Cachaça, “para que cumpra a função social”, é uma das prioridades da Secretaria Municipal de Agricultura. “(…) Não poderíamos deixar de mencionar, primeiramente, a relevância desta questão, sendo uma das prioridades da Secretaria Municipal de Agricultura na atual gestão: dar finalidade ao equipamento e ajudar as cooperativas envolvidas para que este seja mais uma forma de fortalecer os agricultores e produtores de itens derivados de cana-de-açúcar em Macaúbas”, diz a nota, acrescentando que, enquanto aguarda a nomeação do titular da pasta [passados pouco mais de cem dias de Governo, o prefeito, segundo informações de bastidores, por conta de disputas políticas entre os partidos que compuseram a aliança para disputa da sucessão municipal, ainda não definiu o nome do secretário municipal de Agricultura], o que deverá ocorrer nos próximos dias, estaria convocando, como medida emergencial, uma reunião com as partes entidades que representam os produtores da região serrana do município, aquelas que se destacam neste setor e que têm a cana-de-açúcar como principal produto agrícola e como matéria-prima de diversos produtos locais”.

(Matéria publicada no Jornal Sudoeste da Bahia, edição 12 a 24 de abril de 2013 – Edição 512 – cedida pelo Chefe da Sucursal de Macaúbas Sr. Cássio Bastos, enviado por e-mail – as imagens da usina tiradas num galpão na comunidade de Pajeú, há 15km de Macaúbas, não foi possível sua publicação, por incompatibilidade de formato – O texto publicado é parcial) 


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