Blog do Alécio Brandão

Tanque Novo: Fábio Magalhães, artista plástico tem projeção nacional.

Óleo sobre Tela de 170 x 2,20m  (Foto PIPA) de Fábio Magalhães
Óleo sobre Tela de 170 x 2,20m (Foto PIPA) de Fábio Magalhães

Fábio Magalhães artista plastico, natural de Tanque Novo, radicado em Salvador, participa do PIPA (Prêmio IP Capital Partners de Arte) (acesse aqui o portal), onde o público pode votar e dar ao artista uma melhor colocação. Viste a página do PIPA e apoie Fábio Magalhães que representa nossa região neste evento.

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A votação do primeiro turno do PIPA Online 2015 vai até 26 de julho.

Participam do primeiro turno todos os artistas indicados nesta edição do Prêmio que optaram por participar da etapa online, já que a participação não é obrigatória. O segundo turno acontece de 2 a 9 de agosto. Passam ao segundo turno os artistas que conquistarem no mínimo 500 votos no primeiro turno. Os votos do primeiro e segundo turnos são cumulativos.

Sobre o artista

Desenvolve trabalhos com a mídia da Pintura. Suas obras surgem de metáforas criadas a partir: de pulsões, das condições psíquicas e substratos de um imaginário pessoal, até chegar a um estado de Imagem/Corpo. Os resultados são obtidos por meio de artifícios que nascem de um modus operandi, que parte de um ato fotográfico e materializa-se em pintura.

O artista apresenta encenações meticulosamente planejadas, capazes de borrar os limites da percepção, configuradas em distorções da realidade e contornos perturbadores. Desse modo, seu trabalho reúne um conjunto de operações, em que sua pintura ultrapassa as barreiras do Eu até encontrar o Outro, o Ser.

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Ao longo da carreira, realizou exposições individuais, a primeira em 2008, na Galeria de Arte da Aliança Francesa, Salvador, BA. Em 2009, “Jogos de Significados”, na Galeria do Conselho, Salvador, BA. Em 2011, “O Grande Corpo”, na Galeria do Conselho, Salvador, BA. Em 2013, “Retratos Íntimos”, na Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ.

Foi selecionado para o “Rumos Itaú Cultural 2011/2013”. Entre as mostras coletivas destacam-se: Em 2012 “Convite à Viagem – Rumos Artes Visuais 2011/2013”, no Itaú Cultural, São Paulo, SP, com curadoria do Agnaldo Farias; Em 2012 “O Fio do Abismo – Rumos Artes Visuais, 2011/2013”, Belém, PA, com curadoria de Gabriela Motta; “Territórios”, na Sala FUNARTE/Nordeste, Recife, PE, com curadoria do Bitu Cassundé; “Espelho Refletido”, no Centro Cultural Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria do Marcus Lontra; “Paraconsistente”, no ICBA – Salvador, BA, com curadoria de Alejandra Muñoz; Em 2009, “60º Salão de Abril”, em Fortaleza, CE; e “63º Salão Paranaense”, em Curitiba, PR; “XV Salão da Bahia”, em Salvador, BA, em 2008; “I Bienal do Triângulo”, em Uberlândia, MG, em 2007.

Em 2011, recebeu o Prêmio FUNARTE Arte Contemporânea / Sala Nordeste; em 2010, Prêmio Matilde Mattos/FUNCEB, Prêmio Aquisição e Prêmio Júri Popular no I Salão Semear de Arte Contemporânea em Aracaju, SE; Prêmio Fundação Cultural do Estado, em Vitória da Conquista, BA, e Menção Especial em Jequié, BA.

Carne/Corpo, 2013
Por Gabriela Motta – curadora

As obras de Fábio Magalhães surpreendem. São grandes telas, límpidas, em que se vêem vísceras reluzentes. Estas porções de carne (humana?) aparecem ora asseadamente suspensas em sacos ou cordas, ora costuradas ou tensionadas e estendidas em superfícies também assépticas. Não são restos, não estão em ambientes fétidos, não parecem podres ou descartadas. Ao contrário, elas apresentam-se com elegância e altivez, o que colabora para a construção de uma atmosfera austera, quando poderia se esperar um clima mais mórbido dada a natureza das imagens. Todas elas fazem parte da série Retratos Íntimos, que o artista desenvolve desde 2011. De fato, estas telas apresentam um enquadramento que alude ao formato retrato, o que lhes dá humanidade. Além, é claro, de sermos feitos daquela mesma matéria.

Ao articular estes três aspectos – asseio da imagem, enquadramento e retidão – o artista enfrenta o problema da pintura que ele se propôs a realizar: óleo sobre tela em um registro bastante realista de um motivo quase abstrato (carnes e vísceras). Todas estas escolhas nos dizem muito sobre o fazer artístico. Se a opção por trabalhar com pintura a óleo nos indica a habilidade e o deleite que envolvem a realização dessas telas, é preciso refletir sobre o que o enquadramento e o realismo dessas imagens nos trazem. De fato, para chegar a essas imagens o artista cria em seu ateliê, com vísceras de animais, as cenas que vemos, fotografando-as, para finalmente transportá-las para a tela. Nesse processo, o retrato fica mais evidente. Mas também evidencia-se a obstinação de um olhar que busca a precisão, os múltiplos tons de vermelhos, as dobras da carne que se fundem em massa e o volume do ar. Um olho que não cansa de mirar o avesso de sua própria imagem.

Quem lança mão de um suporte tão tradicional está sempre sendo rondado pelo risco de o apuro técnico sobrepujar-se sobre as qualidades subjetivas da pintura. No caso de Fábio, o artista engendra uma experiência sensorial em que técnica e poética são complementares. É impossível não se surpreender com o rigor da pintura, é impossível não reagir com o coração. O nosso olho pulsa diante desse sujeito-carne: dilatação e contração, (sístole e diástole), são os movimentos provocados pela força dessas imagens que nos assaltam.

Olho terrível e mão certeira, 2010
Por Jorge Coli – Doutor pela USP e livre docente pela Unicamp

As obras de Fábio Magalhães fascinam. Seu fascínio repousa sobre um prodígio de artifício.

É aqui, do artifício, que brota o mistério. Grandes telas, executadas com uma atenção rara e sustentada, oferecem aos olhos, à sugestão tátil, uma superfície perfeitamente lisa. A dúvida impõe-se então, imediatamente. Trata-se de fotografia ou pintura?

O espanto cresce quando a pintura se confirma, pintura a óleo, a mais rigorosa que se pode imaginar. Pintura que obedece à verdade de cada detalhe, inserindo-o num grande projeto sintético. Nada, nessas telas impiedosas, parece ter sido deixado ao acaso.

A síntese da obra opera num real muito além do real, que se serve do ilusório, do trompe-l’oeil como o instrumento da meditação pictórica. A palavra meditação não deve ser entendida como metáfora ou generalidade. Ela se encontra, essencial, nos processos genéticos da criação. O autor conta que, para chegar às telas poderosas, cria primeiro uma cena, verdadeira performance, que é fotografada. Toma três dessas fotos e as reúne, transfigurando-as graças à pintura.

A pintura vence, portanto, já que a performance é efêmera, e as fotos desaparecem, destruídas, ou mandadas para um arquivo inaccessível. Tudo se resolve em pura pintura, portadora de paradoxos muito angustiantes.

As escolhas foram feitas na primeira etapa, ou seja, no início da criação. Elas determinam temas corpóreos, orgânicos, cristalizados em pureza implacável. Nada foge ao olho terrível do artista, que, uma vez o projeto decidido, recusa-se a escolher. Nada escapa também à mão certeira, incapaz de concessões.

A epiderme lisa e transparente do plástico figura, muitas vezes, como cúmplice da violência definitiva e limpa. Não existe qualquer sensação de tempo, de atmosfera, de espontâneo. É a violência exposta como em ordenada vitrine, congelada por um frio de laboratório, ampliada, trazida para o primeiro plano eliminando referências espaciais. Essa violência construída e elaborada por etapas torna-se a metafísica de si própria, ontologia da carne torturada.
Tal processo em que a fantasia e a imaginação explodem no princípio para serem submetidas depois a um rigor disciplinar, não é sem lembrar a ortodoxia dos pintores neoclássicos, suas tensões e suas veemências.

Pelo tratamento ordenado e nítido, pela recusa da desordem sanguinolenta, são telas que fazem também pensar no Tiradentes de Pedro Américo. Esta obra superior foi retomada, glosada, citada por vários artistas contemporâneos, dentre os mais conhecidos e ilustres. Fábio Magalhães não faz referência a ela: de modo involuntário, pela convergência de concepção e de espírito, é a sua pintura que, na verdade, pode ser comparada, e posta no mesmo nível, tão alto.
Fábio Magalhães produz o ascetismo da violência corpórea, cujo despojamento visual nutre-se de uma curiosa vida interna (essa estranha vida da arte que habita também o Cristo Morto de Mantegna. Como se vê, o meu entusiasmo não hesita diante das referências mais excelsas).

Nas artes de hoje há todo um grande setor que se submete à figuração mais exigente e exata. É inevitável pensar as telas de Fábio Magalhães como inseridas nessa corrente atual. Mas suas obras encontram-se para além de qualquer tendência, já que atingem inquietações profundas, secretas, desesperadas.

Exposições individuais

2013
– “Retratos Íntimos”, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ
2011
– “O Grande Corpo”, Galeria do Conselho, Salvador, BA (Projeto contemplado pelo Edital Matilde Mattos)
2008
– “Jogos de Significados”, Galeria do Conselho, Salvador, BA (Projeto contemplado pelo Edital “Portas Abertas para as Artes Visuais”)
2007
– “Linhagens do Acaso”, Galeria Aliança Francesa, Salvador, BA

Exposições coletivas

2014
– “À Sua Saúde”, Museu Nacional da República, Brasília, DF (Curadoria Polyanna Morgana)
– “Bahia Contemporânea Bahia”, Roberto Alban Galeria, Salvador, BA (Curadoria Marcelo Campos)
– “Como Refazer o Mundo”, Luiz Fernando Landeiro Arte Contemporânea, Salvador, BA (Curadoria Divino Sobral)
– “Circuito das Artes”, Galeria Cañizares, Salvador, BA
2013
– “Triangulações”, Galeria Paulo Darzé, Salvador, BA / Mamam, Recife, PE / Museu Nacional, Brasília, DF (Curadoria Marília Panitz e Alejandra Muñoz)
– “Crer em Fantasmas: Território da Pintura Contemporânea”, Caixa Cultural, Brasília, DF (Curadoria Marcelo Campos)
– “Convite à Viagem”, “Rumos Artes Visuais 2011/2013”, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ (Curadoria Geral Agnaldo Farias)
– “Mutatis Mutandis”, Galeria Moura Marsiaj, São Paulo, SP (Curadoria Marcelo Campos)
2012
– “Territórios”, Sala Funarte, Nordeste, Recife, PE (Curadoria Bitu Cassundé)
– “O Fio do Abismo”, “Rumos Artes Visuais 2011/2013”, Casa das Onze Janelas, Belém, PA (Curadoria Geral Gabriela Mota)
– “Convite à Viagem”, “Rumos Artes Visuais 2011/2013”, Itaú Cultural, São Paulo, SP (Curadoria Geral Agnaldo Farias)
– “Paraconsistentes”, ICBA – BA (Curadoria Alejandra Muñoz)
– “Espelho Refletido”, Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, RJ (Curadoria Marcus Lontra)
2011
– “Corpo Incógnito: Água Viva”, Galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ (Curadoria Marcelo Campos)
-“Pintura Nova”, Galeria Acbeu, Salvador, BA (Curadoria Justino Marinho)
2010
– “I Salão Semear de Arte Contemporânea”, Centro Cultural Semear, Aracaju, SE
– “Opinion”, Galeria do Conselho, Salvador, BA (Projeto contemplado pelo Edital Matilde Mattos)
– “Circuito das Artes 2010”, Galeria ICBA, Salvador, BA
-“Salão Regional de Artes Visuais da Bahia”, Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, Vitória da Conquista, BA / Centro Cultural Antônio Carlos Magalhães, Jequié, BA / Centro Cultural Amélio Amorim, Feira de Santana, BA
2009
– “63° Salão do Paraná”, Museu de Arte Contemporânea, Curitiba, PR
– “60° Salão do Abril”, Galeria Antônio Bandeira, Fortaleza, CE
– “Circuito das Artes 2009”, Galeria Aliança Francesa, Salvador, BA
2008
– “XV Salão da Bahia”, Museu de Arte Moderna, Salvador, BA
– “IX Bienal do Recôncavo”, Centro Cultural Dannemann, São Felix, BA
– “Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural Adonias Filho, Itabuna, BA
-“Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, Vitória da Conquista, BA
2007
– “Bienal do Triângulo”, SESC/MG, Uberlândia, MG
– “Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural Amélio Amorim, Feira de Santana, BA
– “Afetos Roubados”, Exposição Itinerante e Processual, Conjunto Cultural da Caixa, Salvador, BA
– “Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural João Gilberto, Juazeiro, BA
– “INSERÇÔES”, Galeria Cañizares, Salvador, BA
2006
– “VIII Bienal do Recôncavo”, Centro Cultural Dannemann, São Felix, BA
– “Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, Vitória da Conquista, BA
– “Afetos Roubados”, Exposição Itinerante e Processual, Museu Théo Brandão, Maceió, AL /Galeria Capibaribe da UFPE, Recife, PE / Faculdade Santa Marcelina, São Paulo, SP
2005
– “Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia”, Centro Cultural Amélio Amorim, Feira de Santana, BA
– “Afetos Roubados”, Exposição Itinerante e Processual, ICBA, Salvador, BA
2004
– “VII Bienal do Recôncavo”, Centro Cultural Dannemann, São Felix, BA
2003
– “125 anos de Escola de Belas Artes”, Centro de Memória e Cultura dos Correios Salvador, BA

Obras em acervo

– Casa de Angola, Salvador, BA
– Galeria Aliança Francesa, Salvador, BA
– Sociedade Semear, Aracaju, SE

Prêmios

2011
– Prêmio Funarte Arte Contemporânea, Recife, PE
2010
– Prêmio Aquisição, I Salão Semear de Arte Contemporânea, Sociedade Semear, Aracaju, SE
– Prêmio Júri Popular, I Salão Semear de Arte Contemporânea, Sociedade Semear, Aracaju, SE
– Prêmio Fundação Cultural do Estado, “Salão Regional de Artes Visuais da Bahia”, Centro Cultural Camilo de Jesus Lima, Vitória da Conquista, BA
– Menção Especial, “Salão Regional de Artes Visuais da Bahia”, Centro Cultural Antônio Carlos Magalhães, Jequié, BA

Artista representado pela Marsiaj Tempo Galeria.

Site: www.fabiomagalhaes.com.br


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