* Por Irlando Oliveira
Em todo campo de atuação profissional nos deparamos com critérios de avaliação espúrios e levianos, constatando as suas ausências em raríssimos casos. E isso atinge tanto a iniciativa privada, quanto à pública, lamentavelmente! Alguns profissionais se destacam nos seus respectivos campo de atuação, merecendo o apreço e o respeito de todos! Outros, diferentemente, alcançam os locais de proeminência nas empresas, a eles reservados, não em razão do destaque e desempenho, mas em face da “politicagem” barata e medíocre, permeada pela bajulação e pela subserviência – apanágios não dos espertos, mas dos pusilânimes -, aliado às “amizades” e níveis de parentesco que têm com aqueles que se situam no ápice da pirâmide da estrutura organizacional da empresa!
Em conversas entabuladas com alguns profissionais, no próprio desempenho do nosso labor, dentre os quais magistrados, promotores, delegados da Polícia Civil, gerentes de banco, etc, constatamos a existência desses “critérios” nebulosos em todas essas áreas! Essa “politicagem” infame conspurca e faz ruir toda a estrutura da empresa, ensejando um clima de insatisfação, o qual somente não contagia aqueles que adotam postura de firmeza de caráter, abnegação e dedicação à tarefa que vêm arrostando com responsabilidade.
Na Polícia Militar da Bahia a situação não é menos lamentosa, pois há casos de “capotes” que chegam ao cúmulo de atingir 5 a 6 turmas; ou seja, um funcionário que concluiu o seu curso de formação em determinado ano pode ser ultrapassado por aquele que o fez há 5 a 6 anos! Isso tem gerado insatisfação e até mesmo revolta, pois os responsáveis por essas manobras não dimensionam – ao que parece – os transtornos causados aos profissionais preteridos e até mesmo a perda pecuniária causada!
Assim, pensamos que urge a necessidade de que isso seja revisto e, dentro do possível, devidamente reparado! A subjetividade do critério de “merecimento” promocional não pode e não deve jamais ter como parâmetro algo que enseje discórdia e desarmonia entre os profissionais, o que ocorre naturalmente diante das excrescências havidas, já que, em muitas das vezes, o pedido político prevalece sobre a avaliação do servidor, baseada na sua pontuação e na aferição do seu Comandante direto.
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* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Major do QOPM, atual Comandante da 46ª CIPM/Livramento de Nossa Senhora, e Especialista em Gestão da Segurança Pública e Direitos Humanos.