* Por Irlando Oliveira
Acompanhando o desenrolar do cenário político brasileiro, percebemos o seu declínio ante as operações investigativas instaladas por ocasião de inúmeros desvios ilegais de recursos públicos, propinas, envolvimento de políticos com organizações criminosas, dentre outros fatores, tendo sido alcançadas, penalmente, várias “personalidades” da vida pública, incluindo ex-governadores, deputados, senadores, ministros, secretários de Estado, e até mesmo ex-presidente da República, nos levando a pensar o quanto o país necessita mudar para o seu pleno desenvolvimento.
Aqueles que elegemos não têm feito o “dever de casa” conforme esperávamos, compondo apenas seus lugares nos respectivos cargos, voltando-se apenas para os seus anseios, sem qualquer responsabilidade social. E isso tem apresentado um reflexo cruel e nefasto em nossas vidas, pois tal descaso e total falta de comprometimento com os rumos do país têm gerado descontentamento e, acima de tudo, prejuízos aos brasileiros, levando-nos a um maior envolvimento e engajamento na peleja eleitoral, como forma de se buscar candidatos “menos nocivos” à nação.
A cada ano que se passa, a escolha dos nossos candidatos tem sido penosa e sofrida, ante o “leque” disponibilizado, considerando as propostas apresentadas, o partido e o perfil político de cada um. A situação é ainda mais desesperadora na medida em que não encontramos, no rol das opções, candidatos com os atributos necessários que queríamos, já que nos desapontamos com muitos, ante seus discursos falaciosos, enganadores e eivados de embustes.
O que é que está errado na política brasileira? Será o modelo do “toma lá, dá cá” das campanhas eleitorais? Será que a impunidade de outrora, e que ainda remanesce, sobretudo no meio dos parlamentares, tem ensejado os resultados até então apresentados? Será a cultura da corrupção tão arraigada na estrutura e práxis do país? Esses questionamentos suscitam reflexão acurada por parte de cada um de nós eleitores, principalmente quando nos aproximamos de mais um pleito, com o país cambaleante e trôpego, fruto de toda essa mazela política, a qual carece, e muito, de princípios, de moral e de ética!
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* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Tenente-Coronel, escritor, ensaísta e especialista em gestão da segurança pública e direitos humanos.