(Imagem: galeriabrasiliana.com.br) |
Enquanto entediam as crianças rurais com esses conhecimentos, absolutamente irrelevantes para as suas necessidades de vida e de trabalho no campo, perdem uma extraordinária e irrecuperável oportunidade: a oportunidade de ampliar e aprofundar o ensino de con-teúdos muito mais úteis e de aplicação mais imediata na correção das ineficiências causadoras do subdesenvolvimento rural, como por exemplo: o que as famílias rurais poderiam fazer para obter uma produção agropecuária mais abundante, mais diversificada, mais eficiente e mais rentável; quais medidas de higiene, profilaxia e alimentação elas deveriam adotar para evitar as enfermidades que ocorrem com maior freqüência no meio rural; o que deveriam fazer para prevenir as intoxicações com pesticidas e os acidentes rurais e como aplicar os primeiros socorros, quando eles não puderem ser evitados; como produzir e utilizar hortaliças, frutas e plantas medicinais; como organizar a comunidade para solucionar, em conjunto, aqueles problemas que não podem ou não devem ser resolvidos individualmente, como, por exemplo, a comercialização e os investimentos de alto custo e baixa freqüência de uso, etc.
Também perdem a oportunidade de outorgar-lhes uma melhor formação “valórica”, pois deveriam ensinar-lhes os princípios, as atitudes e os comportamentos necessários para melhorar o seu desempenho na vida familiar e comunitária, como, por exemplo: formá-los para que tenham mais iniciativa e espírito empreendedor a fim de tornarem-se menos dependentes de ajudas paternalistas; educá-los para que pratiquem a honestidade, a solidariedade, a responsabilidade e a disciplina; para que tenham consciência dos seus direitos, mas especialmente dos seus deveres; para que possuam uma ambição sadia e um forte desejo de superação, porém conscientes de que deverão concretizar estas aspirações através da perseverança e da eficiência na execução do trabalho. Essas escolas não estão cumprindo a sua função de desenvolver as potencialidades latentes das crianças rurais, de abrir-lhes novas oportunidades de auto-realização nem de formar cidadãos que, graças à sua própria vontade e competência, sejam capazes de protagonizar o autodesenvolvimento pessoal, familiar e comunitário.
(Imagem: tocadacotia.com) – Rio Nilo |
Antes de abordar os Jardins Suspensos da Babilônia, seria conveniente ensinar-lhes como e por que deveriam implantar hortas e pomares diversificados nas suas propriedades e como adotar medidas de conservação do solo para que continue produzindo com altos rendimentos. Em vez de ensinar sobre os heróis das guerras dos outros continentes, deveriam ensinar-lhes sobre os “heróis” das suas próprias comunidades; sobre aqueles “heróis” que outorgaram uma educação exemplar aos seus filhos, que tiveram uma destacada participação na solução dos problemas da comunidade e que progrediram graças à sua dedicação ao trabalho bem executado e à eficiência no uso adequado dos escassos recursos disponíveis. Essas escolas deveriam mostrar aos seus alunos os bons exemplos daqueles “heróis” da comunidade ou do município que não roubaram, que não enganaram os seus vizinhos, que não possuem vícios, que não praticam violências, que não são egoístas, etc.
[email protected] – [email protected]“
Texto enviado por e-mail pela Secretaria de Agricultura de Macaúbas, através do seu Secretário Aloysio Rebonato.
Nota: grifo do texto nosso, fotos e legendas acrescentadas por Macaúbas On Off.