
Não há criatura que mais simbolize a morte do que uma ave de rapina, neste cenário o Urubu… O fotógrafo Marcos Cardoso, flagrou neste impar 02 de setembro, uma imagem que retrata o sofrimento da lagoa do Açude, construída em 1932, durante uma das maiores secas do País. Segundo informações do Prof. Ático Mota, foi construída por operários locais, toneladas de terras/pedras eram carregadas sobre carro de boi, chão cavados à picareta… Mas informa também que a “picaretagem” não permitiu que o projeto original fosse executado, tendo a barragem reduzido a 2/3 do seu tamanho original, o seu “meio-circulo” em forma de um “C” era mais aberto, podendo assim, acumular mais água, numa maior extensão… Desde sempre os “urubus” já estavam de olho na barragem!
E hoje vemos este e tantos outros lagos de Macaúbas “morrendo” e os urubus observando. Na Câmara de Vereadores entraves com “malícias” políticas de todos os lados, impedem que máquinas do município façam os serviços que em 1932 foram feitos por braços de um macaubense que está em extinção… E o que mais se ver são os “picaretas” e os “urubus”…
As causas e os por quês?
Mas por que a lagoa do Açude não enche mais como antigamente? Há ai e, é evidente, a falta das regulares chuvas, mas esta não é a única causa, além desta temos a sua assoreação, processo talvez “natural” de sedimentos que são empurrados para dentro da bacia da lagoa, outro processo também se deve o assoreamento dos regos, riachos e rios acima da lagoa, que a alimenta – nestes por sua vez, em seus leitos são construídas barragens, tanques e aguadas, estas devem primeiro encher, “sangrar” e permitir vasão até a lagoa do Açude… Até ai tudo bem… Mas, segundo o vereador Marcos Pinto, há alguns anos ( 6, 7 ou 8), houve uma tentativa de desassorear os riachos e córregos que alimentam a lagoa, iniciaram os trabalhos e num determinado trecho, perceberam que “perderam o fio da miada”, perderam o rumo de alguns córregos, abandonado a obra e deixando boa parte das águas seguirem por “outro caminho”… O que certamente reduziu a entrada de água para o lago do Açude.
A solução:
Seria um trabalho que possibilitasse o desassoreamento da bacia da própria lagoa, dos córregos, riachos e regos que a alimenta e uma campanha para reflorestamento das margens destes córregos, evitando desta forma a entrada de cedimentos em seu leito, isso certamente revigoraria tanto a lagoa do Açude, bem como todas as outras… E por fim, a boa oração de cada dia para que as chuvas sejam regulares, pontuais e na medida certa!
A imagem acima: * na verdade são duas fotos, as quias tem ângulos diferentes, foram postas lado a lado para dar uma visão panorâmica do lugar. Veja a seguir as imagens originais de autoria de Marcos Cardoso.