Blog do Alécio Brandão

Macaúbas: extermínio de Saruês preocupa ambientalistas.

Em contato com o blog, ambientalistas preocupados com o intenso “extermínio” de Saurês na cidade e em seu torno, promovem campanha de conscientização através do conhecimento deste animais. Veja texto e fotos de animais mortos pela população que ignora a importância do equilíbrio ecológico.

Mais de uma dezena de animais foram vistos mortas em torno da cidade.
Mais de uma dezena de animais foram vistos mortas em torno da cidade.

“Saruê, Sariguê ou Gambá

Caros leitores, apesar de todos os problemas do nosso dia-a-dia, que não são poucos, ainda mais agora, nesses últimos tempos, gostaria de chamar à sua atenção, sobre esse pequeno animal que vem sofrendo uma grande injustiça e declínio em sua população, em nossa região.

Ficha do Bicho:

Nomes vulgares: Mucura ou Gambá, sarigué, sariguê, saruê ou sarigueia entre muitos outros;

Nome científico:  Didelphis albiventris (Lund, 1840);

   O Saruê é um animal que mede de 45 a 50 centímetros de comprimento, não se levando em consideração sua calda, que chega a medir 37 centímetros.

   Os sariguês costumam reproduzir-se três vezes durante o ano, o que lhes dá uma grande capacidade para perpetuar sua espécie sem a intervenção humana, o número de crias por nascimento é de 10 a 20 filhotes, sua gestação é de 12 a 14 dias, a amamentação é difícil devido ao numero de mamas, 12 ou 14 inviabilizando a vida de seus filhotes.

   agarradinhosComo todos os marsupiais (cangurus, ouriço-cacheiro, cuíca etc.), o sariguê não poderia ser diferente, ao invés de nascerem filhotes, nascem embriões medindo, no máximo 1,0 centímetro de comprimento e sem a presença de características pubescentes (pelos, manchas, formas etc)., então se dirigem  para o marsúpio, pela pelagem da mãe e encontram as duas carreiras de mamas, em forma de ferradura, ao encontrá-las, ocorre uma soldadura temporária da boca do embrião com extremidades do mamilo, as vezes nascem de 5 a 6 gêmeos, o que deve dar uma grande confusão no interior da bolsa. Os filhotes permanecem no marsúpio até 4 meses, muitas vezes grandes demais para permanecer em seu interior, quando isso ocorre, eles são transportados no dorso da mãe.

  O período de vida em cativeiro é de 2 a 4 anos, vivem solitários, só na época do acasalamento procuram seus parceiros e formam casais; possuem hábitos noturnos, durante o dia preferem ficar em tocas escuras dormindo, são animais onívoros e se alimentam praticamente de tudo como: raízes, frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos (caranguejos encontrados em zonas de manguezais), anfíbios, serpentes, lagartos, e, principalmente as aves (ovos, filhotes e adultos), são animais lentos, maiores trepadores ou escaladores de árvores, devido a sua calda ágil. (Google, Texto modificado e visualizado em 18/09/2014).

            O SARUÊ há muitas décadas, tinha uma população muito grande no Município de Macaúbas e Região, que no decorrer dos tempos foi diminuindo gradativamente, por conta das pessoas que os perseguiam (perseguem) e matavam (e ainda matam), “saruê bom, era saruê morto”, as pessoas costumavam criar galinhas em seus quintais, e os saruês por encontrar na maioria das vezes os animais presos ou empoleirados a noite, em árvores próximas as casas, tornando-as assim presas fáceis  e vulneráveis, capturavam e matavam as aves, bebiam seus ovos, disputando assim, diretamente com o ser humano.

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            SaruêEssa cultura de matar o animal foi passando de geração para geração, até os dias de hoje, o desmatamento e as queimadas excessivas nos arredores da cidade acabando completamente com o habitat não só dessa espécie, mais, de muitas outras, somado com os fatores climáticos, pois está comprovado, cientificamente, que toda região que foi feito grandes desmatamentos, o ciclo das chuvas mudaram drasticamente, ou seja, diminuíram ao decorrer dos anos, como se vê em nosso Município, nos dias atuais, todos esses fatores juntos estão dizimando a população dessa espécie de marsupial, fato desnecessário, pois, basta acabar com o desmatamento e as queimadas para que os animais não migrem para as áreas urbanas, e não venham a ser mortos pelas pessoas. Hoje em dia, as pessoas não estão mais com o hábito de criar animais (galinhas) na zona urbana, além disso, foi feito um estudo, chegando à conclusão que: a criação de porcos e galinhas aumenta o risco de transição de Leishmaniose, doença causada pelo protozoário leishmania e transmitido por um inseto conhecido pelo mosquito palha. Estudo realizado durante três anos, com um grupo de crianças e cães em uma região endêmica, no interior da Bahia. (Fundação Osvaldo Cruz – Fiocruz). (http://www.visaitumbiara.com/2011/09/criacao-de-porcos-e-galinhas-facilita.html).

Em sendo assim, e devido a esses ricos não são encontrados na zona urbana esses tipos de criações, e os saruês urbanos, não encontrando suas presas favoritas, se adaptaram ou evoluíram, começaram a comer restos de alimentos domésticos, e pequenos animais como: morcegos, ratos, lagartos, rãs e até insetos; animais e insetos esses, que já faziam parte da sua dieta natural, se tornando um aliado da população, erradicando grandes quantidades de animais indesejáveis e vetores. É pertinente afirmar, que, nos últimos (15)quinze anos, após o crescimento da população, não foi registrado ou comentado nenhum ataque de saruês a aves domésticas.

            Diariamente, são encontrados diversos cadáveres desses animais pelas ruas da cidade, as pessoas continuam com o mau hábito de abater animais pela sua aparência ou por medo, em algumas cidades do litoral baiano, sua carne é muito apreciada, dificultando ainda mais a sua sobrevivência, as pessoas os abatem sem, sequer, saber qual sua função ambiental. Nenhum animal está ai por acaso, todos tem sua função na cadeia alimentar, a perca de qualquer espécie, gera danos irreparáveis ao equilíbrio da cadeia alimentar, com a diminuição de um predador como saruê, mesmo que ele não esteja no topo da cadeia alimentar, por ser caça de outros animais maiores, aumentam e muito a população das suas presas, causando assim transtornos maiores a Comunidade. Lembrando que matar, perseguir, torturar ou manter em cativeiro qualquer animal silvestre é proibido pelo artigo 51, da Lei Municipal Complementar n° 009, de 30 de abril de 2007, e no artigo 59, da Lei Municipal Complementar n° 010, de 30 de abril 2007.

Vale salientar que após o abate do animal, o seu corpo mesmo sem entrar em estado de putrefação (decomposição), exala um mau cheiro terrível que pode ser chamado de mecanismo de proteção ou defesa, seja para ser reconhecido pelos seus, ou para se defender dos predadores, além disso, depois de mortos, e jogados em vias públicas, correm o risco de serem esmagados por automóveis, deixando amostra suas vísceras, e revelando uma imagem horrível e asquerosa ao olhar de que por ali transitam.

Dica:

            Para afugentá-los das residências, basta comprar ou construir ratoeiras (armadilhas), que não sejam letais, capturá-los vivos e depois solta-los em alguma mata distante de casas, deve-se tomar cuidado no momento do transporte, apesar de não atacarem, mas, se tratando de um animal silvestre, sentindo-se ameaçado ou encurralado pode morder.

Matar é a pior hipótese, pois, depois de morto o odor é insuportável e pode ser sentido a distância.

Sei que muitos leitores iram se indignar com essa matéria, mas, é preciso que se saiba que o animal não é um vilão, e sim uma vitima da falta de informação de alguns. Esse texto é para que as pessoas reflitam,  diminuam ou acabem com o mau hábito de abater animais silvestres ou domésticos, sem nenhum motivo aparente ou por motivo fútil, a mudança de atitude é de suma importância para que não nos deparemos com senas lamentáveis de cadáveres de animais pelas ruas, aumentando assim, a proliferação de larvas de moscas, que, consequentemente, se transformarão em moscas, e futuramente venham a invadir e contaminar nossas residências, pois, tudo faz parte de um ciclo, após o termino desse texto acredito que muitas pessoas mudaram o seu modo de pensar e de agir, quando se deparar com um saruê, ou qualquer outro animal silvestre, seja ele: mamífero, ave, réptil, anfíbio ou inseto.

Este texto serve como alerta, pois, fato semelhante ocorreu em uma ilha próxima da Austrália, denominada Tasmânia, por volta do ano de 1824. Veja texto abaixo:

Tigre-da-tasmânia

Nome científico: Thylacinus cynocephalus

Ano da extinção: 1936

Habitat: Tasmânia

 Lobo-da-Tasmânia

Tigre-da-tasmânia, lobo marsupial e lobo-da-tasmânia. Esses são alguns dos nomes usados para identificar o Thylacinus cynocephalus, um robusto marsupial carnívoro com ares de canguru, cachorro, lobo e raposa e com pelagem tigrada – aliás, sua única característica felina. Até 2 000 anos atrás, ele vivia desde a Papua Nova Guiné até a Ilha da Tasmânia, passando pelo continente australiano. Depois disso, provavelmente por causa de mudanças climáticas, o habitat se restringiu à Tasmânia.

Lá, colonizadores europeus introduziram criações de galinhas e ovelhas, por volta de 1824. O tigre-da-tasmânia levou a fama de devorador de rebanhos e, entre 1830 e 1909, o governo local – que respondia ao Império Britânico – e os fazendeiros estimularam a matança, oferecendo recompensas a caçadores que entregassem carcaças do bicho. Além dessa perseguição cruel, a espécie provavelmente sucumbiu à modificação do habitat e à competição com os cães domesticados dos imigrantes, sem mencionar as novas doenças levadas à ilha por animais do Ocidente. Também há registros de que os aborígines apreciavam a carne do animal.

A cor desse falso tigre variava do marrom-amarelado para o cinza. Ele apresentava de 15 a 20 listras escuras espalhadas do dorso até a cauda. A pelagem era densa, curta e macia. Na cabeça, semelhante à dos canídeos, as orelhas pequenas e arredondadas estavam sempre alertas. A mandíbula era forte e larga, com 46 dentes e abertura de 120 graus, o que indica uma mordida respeitável. Os machos mediam de 1,8 a 1,9 metro de comprimento e pesavam cerca de 40 quilos. Menores e com mais listras, as fêmeas tinham a bolsa marsupial voltada para o traseiro, protegendo a ninhada da vegetação áspera e rasteira da região, e carregavam até quatro filhotes.

Em 1999, cientistas do Museu Australiano, em Sydney, retiraram o DNA de um feto de tigre-da-tasmânia preservado em etanol, dando início a um ambicioso projeto de clonagem. Os mais otimistas apostam que o marsupial carnívoro voltará em grande estilo nos próximos anos. Há relatos de pessoas que acreditam ter visto indivíduos dessa espécie. Mas, infelizmente, não existe qualquer evidência de que o tigre-da-tasmânia ainda esteja entre nós. (Texto retirado do Google: http://super.abril.com.br/ecologia/extincao-tigre-da-tasmania-bicho-valia-cinco-445816.shtml, visualizado em 21/09/2014).

 (Estudo realizado e concluído no período de 01/06 a 21/09/2014).

                                              Texto:

                                              Jobijander Pinto da Purificação.

                                                                      Apoio: Gileno Neto.

Apoio: João Rodrigues.

Ambientalistas.

Referências:

Dados coletados em campo, e através de depoimentos e registros de pessoas da zona urbana e rural;

Lei Municipal 009 de 30 de abril de 2007, da Prefeitura Municipal de Macaúbas;

Lei Complementar n° 010 de 30 de abril 2007, da Prefeitura Municipal de Macaúbas;

https://www.google.com.br/search?q=Fixa+do+sarigu%C3%AA&biw=1366&bih=667&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=4WobVOXgOPbGsQShtoHABg&ved=0CAYQ_AUoAQ

https://www.google.com.br/#q=+Fixa+do+sarigu%C3%AA

http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=curiosidade_gamba.htm

http://www.visaitumbiara.com/2011/09/criacao-de-porcos-e-galinhas-facilita.html


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