Blog do Alécio Brandão

MACAÚBAS: APÓS UM MÊS DE CHUVA, A SECA CONTINUA A CASTIGAR O SERTÃO.

Panorâmica parcial da Barragem do Açude de Macaúbas, maior reservatório de água do município, após trinta dias de chuvas, continua seco. 
Imagens desta manhã de domingo, 02 de dezembro de 2012.

Aqui algumas semanas estava seco,
 esta quantidade captada é quase que inexistente,
igualando-se as ações governamentais…  
Pelos menos um trio de causas faz com que águas não cheguem a Barragem do Açude. A primeira e obvia, é a quantidade pouca de chuvas na região, a segunda, mesmo sendo poucas águas não chegam devido o assoreamento dos córregos, riachos que alimentam a barragem e por último, o aumento das aguadas, tanques e pequenas barragens que foram construídas antes dela. Devendo estes reservatórios encherem primeiro, vazarem e permitir que as águas desçam até o Açude. O desmatamento que gera o assoreamento é uma das causas das causas… A dragagem, limpeza e reflorestamento de pontos estratégicos podem amenizar a situação e melhor direcionar as águas para a bacia da Barragem do Açude. 

Escritório x Arapuca 

O “Escritório:”

Como se administra a seca no Brasil: a partir de um “escritório”, com ar condicionado, computadores, dezenas de funcionários, mordomias, orçamento gigantesco que não são gastos em sua totalidade nas atividades fins (?)…

Veja o que é um “escritório” que administra o que não existe: água…
 …E que deveria administrar o que existe: seca. 

Estes “prédios” abandonados é patrimônio federal, 
Posto de Fiscalizaçãoda Codevasf… Localizado na comunidade de 
Açude, zona rural de Macaúbas.

A CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), órgão federal que é responsável pela barragem, aparentemente não tem mostrado “mobilidade administrativa” eficaz, quanto ao assunto. Segundo informações de morador do lugar, um agende do órgão esteve esta semana na localidade na expectativa de se tomarem providências, a conversa é que se fará uma “limpeza”na bacia da barragem. 

O que era Posto de Fiscalização…
Hoje completamente abandonado, segundo informações ponto de prostituição, transformado numa latrina, fede e parece ser como os porões de muitos “escritórios” da política brasileira…
Um amontoado de lixo, peças de motores, correias…
Tudo que aprisiona as ações governamentais naquele lugar, um escritório fantasma que caracteriza bem o submundo do dinheiro público, o descaso, os desperdícios, numa região extremamente carente, castigada pela seca, castigada pelo abandono administrativo… Longe do luxo dos escritórios dos burocratas das capitais… 
E tudo não passa de um ponto de vista…
Os corredores largos da burocracia, da gastança desenfreada e desvios dos dinheiros públicos nos confundem… E um “tapinha” nas costas do sertanejo, um “bolsa escravidão”, são os “placebos” administrativos para um povo acostumado em sentar nos próprios calcanhares… 
Placa sinaliza com fidelidade a situação do “escritório”…
O Escritório indicado na placa é na verdade um povoado que fica nos arredores da Barragem do Açude, recebeu este nome por ser no início ponto de apoio, sede na época de sua construção na década de 30. 

Do “escritório” para a arapuca… 

Montamos a nossa “arapuca” onde nos parece mais promissor!

Maxixe, simbolo do
sertão não teve
salvação… Também
não foi… 
A traíra também não,
pois sufocada na lama,
sem respirar já teve o
seu fim…

Aqui o sertanejo tenta “pescar” algo na lagoa seca, vendo que não prosperou sua plantação de milho, as hortaliças também não, montou sua arapuca na esperança de aprisionar uma caça, desde que ela não nade, não seja uma “gigante” como o Estado Brasileiro, que não seja uma “raposa” como muitos dos nossos políticos… E não pensou ele em nem pegar “tucanos” pois não pertencem nossa fauna… Há quem diga que há muitos por aqui é jacaré no entanto, ao que parece, já caíram nas suas próprias “arapucas políticas”… E o que quer caçar o nobre sertanejo com sua arapuca isolada entre restos mortais de uma seca antecipada e sabida nos “escritórios climatizados” de muitos gabinetes governamentais? 


O cágado com sua inquebrável carapaça que, também não suportou a seca?… Mas mesmo assim caiu na “arapuca” da vida pela sobrevivência num paraíso que se tornou um inferno…

A plantação de tomate que foi semeada nos primeiros pingos de chuvas também não suportou o calor sufocante e o escaldante Sol de uma terra esquecida pelo Planalto, por Ondina, pelas “ruas tortas” e  “Rua Direta” da vida!… 

E aquele que dá os seus pulos numa terra onde não é permitido 
andar nem correr é o sobrevivente…

Recusando a carona que para ele é hostil, desagradável e uma real ameaça, a ele e ao seu ecossistema, se camufla e se protege dos seus predadores… 
E os “arapuqueiros” do nosso sistema administrativo e político sobrevivem dando seus “pulos” em águas profundas sob o patrocínio da desgraça do povo, dos seus impostos, de sua submissão, de sua ignorância… 
Engolimos sapos, cágados e traíras, não porque somos jacarés mas, porque somos “antes de tudo um forte”…  

Com beijo ou sem, o sapo é na verdade o rei…
E terá o seu trono de volta…

(imagem Helivelto Lima)
Açude cheio há alguns anos atras, muitos atrás…

(imagem Helivelto Lima)
Numa das maires cheias, inicio da década de 90… 
E o sapo espera para este pulo…
Para os crédulos, fica sob a responsabilidade do Escritório Celestial de São Pedro…
Imagem do mesmo ponto de vista: hoje, 02 de dezembro de 2012. A primeira chuva que caiu em Macaúbas foi na noite do dia 01 de novembro… Não fez diferença na captação de água na bacia da Barragem… 


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