Blog do Alécio Brandão

INTERNAUTA INDIGNADO: DESABAFA e O "DESAVOLRECER"…

Leia abaixo um texto enviado por um internauta “que queria dormir mais um mucadinho”, que queria seu direito, assim como aqueles que tiveram (ou que acharam) o direito de acordar de madrugada e soltar fogos sobre o telhado dos outros, digo isso, porque moro na “linha do fogo”, tive a impressão que os fogos estavam dentro de casa e muitos sentiram a mesma coisa… Senti também que esta “alvorada” tinha algo novo, estranho, diferente, senti um “desalvorecer”,  “um “por do  Sol as avessas”… Tudo parece está num clima de despedida, inicia com isso tudo numa última alvorada… Último São João… Último São Pedro… Último Dias dos Pais… Último 7 de setembro… Até o último momento do 7 de outubro! Há quem esteja pegando num “rabo de foguete” e não se deu conta!




(imagem: camocimonline.com)
E o outro como fica?!

Qualquer pessoa que conheça minimamente Macaúbas, mesmo que só de ouvir falar, provavelmente sabe que se existe algo que pode ser considerado como um sinônimo da cidade, este ‘algo’ é o São João. É como falar em carnaval e não pensar em Salvador. Naturalmente, Macaúbas tem muito mais do que apenas uma festa, tanto em questão histórica como cultural, mas as festas do São João talvez sejam o maior difusor do nome da cidade no Estado hoje. E as pessoas se acostumaram a isto… faça (ou falte) chuva, faça sol, não ter as festas do São João soa quase como terrorismo nos ouvidos das pessoas.

Respeito a tradição da festa, o momento de curtição que todos esperam ansiosos, entre outros aspectos, mas tem certas coisas que não parecem muito certas. Ao contrário do que o mundo moderno parece pregar algumas vezes, é de vital importância que haja o respeito com todos sem nunca deixar de levar em conta o universo de realidades que circundam as coisas. Isto é o que deveria ser colocado em prática.

Pra deixar um pouco mais claro o que eu estou tentando dizer, vamos começar pela tradicional alvorada festiva do São João, que acontece todo dia 1° de junho. Todos os anos, a administração municipal promove a alvorada com uma bandinha que sai pelas ruas tocando forró, acompanhada dos foliões em direção a praça Matriz para o hasteamento do mastro com a bandeira de São João, marco inicial do período festivo da cidade. Mas tem um detalhe… tudo isto começa antes da 5h da manhã, com queima de fogos! Este ano o dia 1° de junho caiu numa sexta-feira, no ano passado caiu numa quarta-feira e no anterior, numa terça… nada disso, porém, impede que todos os anos as festividades tenham início no alvorecer do dia com muita queima de fogos, tudo isto por volta das 4:30h. Ninguém leva em consideração que a maioria das pessoas vai trabalhar no dia seguinte e justamente naquele momento que os mais empolgados tem a infeliz ideia de acender os rojões, outros tantos estão no melhor do seu sono. Precisa mesmo soltar fogos a esta hora? E onde fica o respeito à estes que ainda dormem? O pior de tudo é que isto é promovido pela administração municipal há anos.

Tem alguns chavões populares que deveriam ser fixados como placas em ruas, de tão sábios que são, para sempre nos lembrar deles. Um que me ocorre agora é o famoso “o direito de um termina quando começa o do outro”. O mês de junho começou, tem muita gente ouriçada por festa, mas a vida, aquela mesma de sempre, ainda continua, os velhos deveres de sempre ainda estão lá para serem cumpridos… não vai ser um período de festa (que muitos esquecem que é de caráter religioso) que vai mudar isso.

Antes de colocar as ideias em prática, reflitam um pouco. Tem hora pra tudo nesta vida e, no meu entender, 4:30, 5h da manhã não é hora de queima de fogos. Saiam por aí curtindo a chegada da data, celebrem a cultura, mas ‘pelamordedeus’… não perturbem o sono de quem não tem nada a ver com isso. Da mesma forma que um engenheiro quando projeta uma praça pensa (ou deveria pensar) nas pessoas que vão frequentá-la, o mesmo pensamento tem de haver para outras tantas coisas, inclusive para queimar dinheiro com fogos de artifício. Não haverá progresso nunca se os princípios mais básicos de respeito ao próximo não são colocados em prática.

E antes que tentem colocar a polititica (normalmente sem propostas, não importa o lado) nas entrelinhas do que eu digo aqui, que fique bem claro que direito e respeito não precisam de siglas.


(A identidade do autor do texto foi preservada, a imagem foram acrescidas por Macaúbas On Off)

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