O ex-deputado Gilberto Brito, também ex-prefeito de Paramirim, atualmente Delgado de Polícia, sempre ligado as suas raízes, escritor, poeta, frequentemente há publicações suas em jornas de grande circulação, referências em livros, revistas… Gilberto, nunca se desligou do sertão, em agosto uma publicação sua, no Jornal A Tarde teve grande repercussão ao ponto dele sugerir à Secretaria da Fazenda projeto que beneficiasse produtores do Feijão Catador, veja a seguir:
“Salvador, 13 de dezembro de 2013.
Ao Excelentíssimo Senhor Dr. Manoel Vitório,
DD. Secretário da Fazenda do estado da Bahia.
Senhor Secretário,
Identificado com as questões do sertão, até porque dele originário, escrevi o artigo anexo, sob o título Associação dos Plantadores de Feijão “Catador”, publicado na coluna Opinão, do jornal A Tarde, edição de 02/08/2013, visando uma maior renda para os pequenos produtores de feijão “catador” de todo sudoeste do estado.
Acreditando não ter sido criada, em toda região, uma específica associação, sequer, e tendo em vista uma razoável safra ao longo deste período, fruto do melhor índice pulviométrico, venho solicitar a V.Exa. que se digne estudar a possibilidade em oportunisar, mesmo que de forma exepcional, a isenção do ICMS para aqueles produtores que informalmente se associem para a consequente exportação da safra, tudo sob uma orientação, em parceria, entre SEFAZ/EBDA, o que, de certo modo, contribuirá com o reequilíbrio da economia regional, tamanhas as perdas quando das estiagens anteriores.
Antecipadamente agradecido,
Gilberto Brito”
Associação dos Plantadores de Feijão “Catador”
Por tradição, a partir do meado de janeiro de cada ano, a depender das chuvas, os intermediários de atravessadores, por via de consequência sub-atravessadores, começam a percorrer as feiras livres e áreas rurais de municípios do nosso semiárido, de preferência da região sudoeste, a fim de comprarem a produção de feijão catador – caupi para os “graúdos” – que após armazenagem se comunicam com os atravessadores, a fim de revenderem o estoque, e no sequen ciar tudo é transportado e comercializado no nordeste mais alto, com mais destaque para Fortaleza.
Desta forma, ganham os produtores, os sub-atravessadores e os atravessadores, propriamente ditos, afora a lídima arrecadação do Fisco Estadual, com a cobrança do ICMS. De todos eles, com certeza, somente um sofre certo prejuízo: o produtor. Sobretudo o pequeno, até porque se houver grande, exceção muito difícil de se registrar, ele mesmo transporta a sua produção, comercializando-a no ponto final.
E qual a alternativa mais prática para contemplar os que calejam as mãos na enxada?
Criar, em cada um desses município, uma “Associação dos Plantadores de Feijão Catador do Município…”. Legitimamente constituída, sobretudo sem qualquer contaminação político-partidário ou político-grupal, uma série de benefícios poderão advir, a exemplo de os das comunidades Jacaré, Piranhas, Lajedão, Bananeira (figurativos), por serem interligadas, juntariam em um único espaço as suas produções, a posteriori somadas às tantas outras, e fretar iam os caminhões seguindo “pras bandas do norte”, até alcançarem as Fortalezas da vida, onde tudo seria vendido sem sub, nem atravessador.
No final, Mané, que produziu 20 sacas, estaria com a plenitude do seu lucro, e, com isto, um novo grito de liberdade, estímulo e avanço social.
Ademais, as legislações federal e estadual, compreensivas que são no que concerne ao fomento do associativismo, sobretudo dos que mais enfrentam os rigores da vida, asseguram benefícios estimuladores.
Fonte: Jornal A Tarde – Opiniao, 02/08/2013