Com um perfil aguerrido e postura firme, o advogado e professor de direito Ramon Mendes relata os desafios da advocacia e da docência, bem como dá dicas aos jovens que queiram atuar na carreira jurídica.
Graduado em direito pela UNEB, e com especialização em direito público pela Faculdade Baiana de Direito. Atualmente integra o escritório RMCF Advogados, situado na Rua Dr. Manoel Vitorino, 220. E na OAB/BA é membro-colaborador da Comissão de Defesa do Concurso Público.
Além de lecionar diversas matérias de direito, na Faculdade Dois de Julho e Faculdade UNYAHNA, em Salvador. Agora, Acompanhe a entrevista exclusiva concedida ao Blog, por Dr. Ramon Mendes
Blog Alécio Brandão: Como se deu a escolha pela carreira jurídica?
Ramon Mendes: Desde adolescente a atividade jurídica me chamou atenção, adorava filmes e programas que abordavam o tema justiça. Sou fascinado como a sociedade se relaciona com as leis, como somos moldados pelo que diz a lei. Tem uma frase de Ruy Barbosa que ouvi ainda novo e não esqueci: “As leis são um freio para os crimes públicos – a religião para os crimes secretos.” E ao me deparar com os vestibulares não pestanejei em escolher o curso de direito e poder vivenciar as experiências dignas dos profissionais de direito. A minha vocação era realmente nesta área.
AB: Como o senhor (ou você) enxerga o atual cenário jurídico brasileiro?
Ramon Mendes: Tenho duas visões, ambas otimistas apesar da atual crise. Como professor de direito, enxergo na docência a possibilidade de formar novos profissionais mais compromissados com o exercício da cidadania, só a educação é capaz de transformar um país, e o nosso está imerso em uma crise institucional, que também atinge o judiciário. Por isso é importante semear o conhecimento e nunca esquecer o nosso papel com a formação dos novos estudantes. Como advogado o cenário brasileiro e mais especificamente da justiça baiana não é dos melhores, mas ainda há esperança, principalmente, quando enxergamos mudanças nos postos de comando da justiça [foi recém-empossado nova presidente no TJ-BA]. E, também, enxergo na atual gestão da OAB seção Bahia uma preocupação em dar uma melhor qualidade nos serviços e maior celeridade no andamento dos processos, o que é de interesse de toda a sociedade. Dessa forma ainda vejo com muito otimismo toda essa conjuntura de crise generalizada.
AB: E qual foi o seu critério para a escolha da região para exercer a atividade jurídica?
RM: Deixando de lado o aspecto jurídico. Eu digo sempre que temos que exercer nossas vocações. E Macaúbas tem vocação para ser o maior polo da região da bacia do Paramirim. A cidade agrega as condições perfeitas: é a maior cidade da região, é a que tem a maior população, é geograficamente favorável para concentrar as atividades da região. Mas para isso é preciso acreditar e impulsionar o crescimento de Macaúbas. Um exemplo de transformação que impulsionaria a cidade seria a criação da Universidade Federal do Sudoeste da Bahia e a vinda do campus avançado do Vale do Paramirim, que foi discutido em audiência pública que foi noticiado inclusive por este blog. Eu acredito muito no potencial daqui. Inclusive devemos impulsionar o mercado de concursos. É um desejo antigo meu montar aqui também um curso para concursos, já iniciei algumas conversas. Mas isso é assunto para outra oportunidade.
AB: E no aspecto jurídico…
RM: A região tem excelentes advogados, venho pra agregar e dar mais volume a esse corpo de profissionais que servem muito bem a região. Quanto ao judiciário temos problemas comuns que afetam a maioria das comarcas do interior: falta de estrutura para o trabalho, falta de pessoal, inclusive de juízes, para dar conta do imenso volume de causas, e isso acaba afetando a celeridade dos processos e o bom trabalho do advogado, que lida diariamente com esses aspectos. Por isso, temos que ser aguerridos e tentar melhorar todo dia, já que todos os operadores do direito convivem com essa realidade.
AB: Para o estudante que escolha a área jurídica quais são as dificuldades encontradas?
RM: Nenhuma (risos), sempre digo que as dificuldades são inerentes à caminhada independente do caminho que escolhemos. O que se precisa saber é qual caminho escolher porque os desafios serão apenas diferentes. A graduação é o início de tudo, onde o estudante já possa se destacar e ser visto pelos professores para que indiquem bons estágios. A boa vontade e o desejo de aprender pertencem aos acadêmicos, principalmente, de direito ao longo de toda sua vida. E ao final não temer o mercado de trabalho, já que depois de passar cinco anos de faculdade, e uma prova de ordem, o estudante terá o que é preciso para encarar os desafios da profissão. Não se esquecendo de aperfeiçoar o seu conhecimento com a pós-graduação lato e stricto sensu na sua área de preferência.
Caso o leitor queiram saber mais ou tenham outras dúvidas quanto aos temas tratados, o advogado e professor Ramon Mendes deixou link da página para contato:
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