Liberdade…
Não há nada que a compre… Em muitas situações é uma conquista lenta, outrora dolorosa e, às vezes às custas de muito suor e sangue… Macaúbas desde 1832, deixou de ser um distrito do hoje município de Paratinga… No entanto, sua existência é registrada há mais de 300 anos, quando por aqui passaram os Bandeirantes a procura de diamantes e ouro… Sua primeira sede administrativa foi o atual distrito de Lagoa Clara… As margens do riacho do Coitê, foi erguida uma capela em louvor à Nossa Senhora da Imaculada Conceição, hoje resta-lhe apenas ruínas (segundo consta ficava num local onde hoje é a Biquinha, próximo do antigo AABB)… Mais tarde, um fazendeiro, doa à Santa Padroeira, terras em lugar plano e ali ergue no centro a “atual” Igreja da Matriz, a qual (segundo consta), foi propositalmente deixada “ruir” sua torre para “justificar” uma intervenção “moderna” e parece que assim, foi…
Por este simples relato, nota-se que Macaúbas, também teve e tem suas “cruzes” como todo e qualquer macaubense (nato ou “desnatado” – aquele que não saiu na nata)… Mas, é certo que um dos seus maiores patrimônios, além dos naturais, é sem dúvida o seu povo, misto como todo brasileiro é, pacato por natureza, hospitaleiro por vocação e antes de tudo amante de sua terra!… Conhecido também por “boncaubense”….
E antes tarde que nunca… No auge de sua juventude, aos seus 186 anos, ainda juvenil, Macaúbas é agraciada com Hino e Música, de dois nativos extraordinários, um músico autodidata (Maestro Zé Preto), inspirador do maestro José Benedito do Amaral Rego, que “adotou” a Filarmônica de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, como se filha fosse… E outro um professor dedicado “herdeiro” do que Macaúbas tem de melhor: a compaixão, a fraternidade e o “compartilhar”… Alan, além de historiador é um “bau” ambulante das culturas e costumes desta Terra, a Terra Amiga… E não poderia neste ato deixar de registrar o autor do “slogan” “Terra Amiga”, que saúda dos daqui e os que por aqui passam, Prof. Ático Mota, o qual “Repousa Em Cristo“, aviso por ele também criado e ironicamente, como todos nós por ele passará, através de um Aviso… Celestial, é certo!..
HINO A MACAÚBAS
Dobrado (música) “Macaúbas” do Maestro Zé Preto
Letra: Prof. Alan José Alcântara de Figueiredo
Amor a Macaúbas!
Nossa canção quer proclamar
Por seu passado de muitas lutas,
Pelo progresso sempre, sempre a buscar.
Amor a Macaúbas!
Torrão amado, “terra bendita”!
Lugar por Deus abençoado,
Pátria que acolhe,”terra amiga”!
* * *
Primeira num vasto sertão
A difundir conhecimento,
A aplicar real justiça
A propagar o viver cristão.
Heróis com garra e com bravura
Plantaram civilização
Trouxeram em sua bagagem
Sonho e determinação.
* * *
Amor a Macaúbas!
Terra amiga! Terra bendita
Por suas riquezas naturais,
Pelo seu povo acolhedor, hospitaleiro!
Belezas sem medida:
Pedra azul, belas cascatas,
Luar de prata a espalhar
Brilho e fulgor a suas matas!
* * *
Seus filhos, sem temor,
Hão de amá-la e lutar
Avante! Sempre avante!
Pra elevar sua posição.
E juntos, em cruzada,
Hão de levá-la a brilhar
No concerto das comunas
Na mais bela constelação. (bis)
Macaúbas, 6 de Julho de 2018.
186º aniversário de Macaúbas
Sobre o autor da música:
João Francisco de Figueiredo Filho nasceu em Macaúbas em 1897 e faleceu em 1977. Aprendeu musica aos doze anos e iniciou sua carreira tocando requinta. Durante muitos anos regeu a Lira Conceição. Compôs muitas peças para banda a exemplo dos dobrados Macaúbas (agora transformado em Hino Municipal), Egídio Cardoso e São João, Marcha Senhor do Bonfim e Valsa Cristina. Casou-se duas vezes e teve seis filhos. Filho de: João Francisco de Figueiredo e Joana Evangelista de Figueiredo.
Sobre o autor da letra:
Alan José Alcântara de Figueiredo: nasceu em Macaúbas em 1971. Formou-se em Magistério em 1988, ingressando na rede estadual de educação, por concurso, em 1991. No desempenho de sua função, formou-se em Letras e fez Mestrado em Língua Portuguesa. Participa de várias entidades culturais e religiosas, diretor do CETEP da Bacia do Paramirim há dez anos e tem vários livros publicados, cuja temática principal é Macacaúbas. É casado, pai de três filhos. Filho de: Manoel Messias de Figueiredo Filho e Noéli Figueiredo.