Blog do Alécio Brandão

A MÃE NATUREZA… A MÃE FILHA E A SUAS FILHAS…


            
            (imagem gorpacult.blogspot.com )                                   (imagem: fotolog.com)

A MÃE DE DUAS MÃES E DE TODAS AS MÃES

Por: Haroldo Gumes

Eu tenho duas netinhas aqui (as mais novas) que, para os meus olhos, mais lindas não há: Júlia e Maria Luíza.

(imagem: gabrielspider.blogspot.com)

Ando observando cuidadosamente o desenvolvimento delas nos ambientes que as produziram. Ambas contam, em casa, com suas zelosas, dedicadas, prestimosas e apaixonadas mães humanas, que gestaram esses brinquedinhos irrequietos de carne e osso. Cada uma das duas mães tem no peito um coração pulsando forte e incansavelmente. E pensam muito. Mas elas têm muita razão para pensar porque muitos são os assuntos que envolvem suas vidas e de que elas dependem.

E a outra mãe delas e das mães delas e de todos nós? Às vezes nos reclama, nos martiriza e nos faz sofrer. Exige que nós, acima de tudo, mais do que saber, sejamos persistentes e fortes. Ela que nos dá a água de beber, quando sentimos sede; que nos dá o oxigênio para o alento de viver; que nos dá o viço da vitalidade para lutar, seguir em frente, vencer e crescer: a outra mãe que precisa residir em nossas lembranças: a mãe-natureza.

As duas mães de minhas netinhas precisam pensar no alimento em casa. Pensar nas duas segundas vidas pequeninas que ainda nada podem. As mães é que precisam pensar na higiene da casa, providenciando-a, porque as doçurinhas de gente nem imaginam a necessidade disso. Pensar nas roupas. Só que, para estas mães, pensar nas roupas de suas filhotas não significa só vestí-las. Para cada uma das duas crianças lindas não fica bem uma roupa feia. As roupas das menininhas têm que ser bonitas porque elas já estão procurando, ingenuamente, exibir suas belezas.

Ambas as crianças já estão frequentando a escola e suas mamães precisam providenciar suas fardas, o material escolar, matrícula, merenda e transporte escolar. 

Acontece, de quando em vez, as minhas netinhas aparecerem febris. É um Deus nos acuda. Tudo mais nas casas delas para. Onde está o termômetro? Menina, não pise no chão! Calce os sapatos! Venha cá, minha filha. Sente-se aqui! Onde está doendo em você? Aqui? Abra sua boca. Deixe-me ver sua garganta! Tenho que levá-la ao médico, minha filha! Você não está com fome? Tome pelo menos esse suquinho, aqui. Tome! Você vai ficar boa logo, viu?

(imagem: sitecurupira.com.br)
Sucupira…

Lá no trabalho da mamãe alguém procura por ela. Ela não atende. Está ocupada e liga repetidamente para doutora Marilene, que não atende ao telefone. A mamãe xinga. A doméstica interrompe: ”A senhora vai para a rua de camisola?” Ela volta ao quarto e troca-se ligeiramente. Tira o carro da garagem e pega sua filhinha pela mão com destino à clínica de doutor Antônio. O médico avisa que a garganta da criança está inflamada e receita antibiótico. A mamãe geme e clama. Meu Deus, vai tomar injeção outra vez. Que sofrimento! Segue para a farmácia, compra o remédio e volta para casa.

Assim que chega em casa uma amiga da mamãe aguarda-a para qualquer outro assunto e vê que ela traz a filhinha abraçada ao colo, com a cabecinha quase adormecida ao ombro. Fica sabendo da enfermidade e aconselha: “biotônico com sucupira”. Coisas da nossa mãe natureza. 

O sol está muito quente lá fora e o calor é sufocante. É a seca que castiga o nordeste, outra vez. A televisão acabou de noticiar que as chuvas estão provocando destruição e mortes no sudeste. Que o Etna, vulcão feroz e devastador da Itália, entrou em erupção. Que o tsunami invadiu o Japão, triturou muita coisa e matou muita gente. Parece que a mãe-natureza está reclamando da judiação que estamos fazendo contra ela. Que mãe-natureza tão cruel. Espera o homem fazer para depois desmanchar! Terrível.

A mamãe que trazia minha netinha doente aos braços agradeceu pela receita de

 sucupira. Eu tenho guardada, minha amiga. Vou fazer agora, viu? Você sabe que os médicos não acreditam nessas coisas, mas tem muita coisa boa. Vamos lá pra dentro que eu vou fazer uma papinha pra ela. Não comeu hoje, ainda. Olhe lá pra você ver. Ali tem mamão, maçã, pera, uva, banana, caqui, amora, laranja, tanta coisa boa, tá vendo? Estou vendo, sim. Uma maravilha! Você acha tudo isso na feira?

A terra abençoada, nossa divina mamãe-natureza, que pariu a uva, germinou, também, todas as outras frutas gostosas e salutares e o feijão, o arroz e tanto, tanto mais. Alimentos que servirão a Júlia e Maria Luiza na transformação de muitas vidas para um mundo cada vez melhor.

Texto do Prof. Haroldo Gumes
Imagens: acrescidas por Macaúbas On Off.


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