Segundo informações do Senhor Nilton Meira, morador da comunidade de Olaria, povoado há apenas quatro quilômetros do centro urbano, é a primeira vez que ver esta “invasão” de garças na localidade. Informa que a presença delas na quantidade vista, iniciou há pelos menos 30 dias, tomaram conta de dezenas de pé de Algaroba, em volta da lagoa, onde fizeram seus ninhos… Milhares delas tomaram conta do lugar e mudaram a paisagem e o ritmo da comunidade.
Moradores dizem que a “algazarra” das aves iniciam pela manhã, quando deixam seus ninhos a procura de alimento, o retorno delas no fim de tarde, é uma “grande festa”, muito barulho com seu canto próprio, o tal do “keu, keu”…
Foi notado também um bom número de Mergulhão, alguns dividem as Algarobas com as Garças e completam o cenário… No entanto, a lagoa da Olaria, como é sabido por toda Macaúbas, recebe todo o esgoto da cidade, um crime ambiental sem precedentes e o que é pior, não ser ver nenhuma ação dos Governos para solucionar o problema.
Segundo o Portal Mundo e Educação, Aa garça-vaqueira (Bubulcus ibis), também conhecida como garça-carrapateira, garça-boiadeira, garça-boieira, tratoreira, cunacoi e cupara, pertence à família Ardeidae e originou-se na Europa Mediterrânea e África. Especialistas acreditam que essa ave veio para as Américas na época das migrações, em 1877.
A garça-vaqueira atinge cerca de 50 cm de comprimento, com sua envergadura variando de 90 a 96 cm. Pesa em torno de 350g e pode viver até 15 anos. Possui plumagem branca quando jovem, que serve como refletor da luz solar, o que auxilia na regulação da temperatura de seu corpo. Na época reprodutiva apresenta cor alaranjada no peito, costas e no alto da cabeça. Coloca dois ovos por período reprodutivo, que ficam incubados em torno de 25 dias. Possuem glândula uropigiana pouco desenvolvida, sendo que as plumas de pó encontradas no lado do corpo e no peito são as responsáveis pela elasticidade e impermeabilidade de sua plumagem.
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Ave que ocorre em todo o continente brasileiro, a garça-vaqueira é uma ave insetívora, porém oportunista, e que caça seu alimento longe da água. Costuma se alimentar de carrapatos bovinos, mas ingerem principalmente gafanhotos, grilos e moscas. Por ser oportunista, por vezes também se alimenta de anfíbios, répteis, mamíferos de pequeno porte, aves e peixes.
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É comum encontrar a garça-vaqueira ao lado do gado, beneficiando-se dos carrapatos que se desprendem do corpo do animal. Essa ave também se alimenta das cigarrinhas-das-pastagens, insetos que se não combatidos reduzem drasticamente as gramíneas, comprometendo a alimentação do gado. A bióloga da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco, Samanta Della Bella, afirma que essas garças têm 80% de sua dieta baseada em insetos, entre os quais pragas encontradas nas pastagens e na terra revolvida por máquinas nas áreas de cultivo.
Essa espécie de ave é muito bem-vinda em pastagens por cooperar com a saúde das gramíneas e também do gado. Mas o que é bom para uns pode não ser tão bom para outros. No Arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo, essa espécie de garça está competindo com as colônias de atobá-de-pé-vermelho (Sula sula) que nidificam somente no arquipélago. Essas aves também predam o lagarto mabuia (Euprepis atlanticus), a viuvinha (Anonus minutus), o benedito (Anonus stolidus) e o trinta-réis-de-manto-negro (Onychoprion fuscatus), todos endêmicos das ilhas.
Segundo pesquisadores, o Arquipélago de Fernando de Noronha é um ecossistema frágil e delicado, que pode sofrer grandes impactos com alterações em sua biota. Em razão do crescimento acelerado dessa espécie no Arquipélago, e os problemas que vêm causando à aviação, em 2007 foi iniciado um programa para o controle da população da garça-vaqueira no Arquipélago, visando diminuir sua população em até 90%.