Nascido católico, em 11 de outubro de 1928… De família católica, pai advogado “rábula” e professor, mãe artesã, empresária, dona de fábrica de ladrilhos e dona de casa!… Aos doze anos, num lombo de jumento, seguia para pegar o “vapor” na cidade de Brumado, de lá em direção à Bahia de Todos os Santos, a primeira capital deste pais continental… Desbravando o mundo, aprendendo por conta própria no silêncio das madrugadas, pois tinha o hábito (ou técnica) de dormir cedo, acordava na madrugada (por volta de 1h00), estudava até as 5h00 e dizia que tirava um cochilo até as 6h00… Segundo ele era o momento que mais aprendia… E durante o dia relia, estudava tudo o que tinha estudado nesta madrugada, dizia que era para “refrescar” o que tinha aprendido… Dono de uma memória invejável, otagenário com espírito juvenil, tinha bom humor até na hora da dor, paciente e explosivo dentro de seus “eternos segundos”, depois a “raiva” passava e “esquecia” da bronca dada!…
Num dia desses, começou a ler livros de literatura espírita, às vezes convida a ir no Centro Espírita… Ele até como “neófito”, novato na fé ou convicto espirita, onde até dizia ele que o espiritismo não era religião, está no seio da “metá-religião”, se dispunha a fazer palestras nos templos locais sobre temas espiritas!… Mas dizia que gostava mesmo era de ouvir!…
Outro dia, por certo num fim de tarde, dizia que apesar de ter milhares de volumes de livros outros, até tendo a maior biblioteca de livros romenos (fora da Romênia), me mostrou uma estante de livros que ficava próximo a uma janela ao Norte do seu casarão, uma coleção de 58 volumes de livros espíritas e num suspiro disse: … “Eminesco, este é hoje minha mais importante coleção de livros… Depois que li e outro relidos, perdi o medo da morte!”….
Quando isso?… Não mais que 1/4 de uma geração em tempos pretéritos!… No entanto, seria incoerente um espirita ter “medo da morte”!… Certamente não teve, tinha mesmo, era medo de morrer!… Mas não morreu, nem se quer saiu de sua casa, está lá ao lado de Zirota, sob sua planta favorita o pé de jabuticabeira, goiano como sua alma, macaubense como seu espírito e universal como a Natureza o fez!… E queria ele “adubar” a terra amada com seus ensinamentos ora “desprestigiados”, ora mal “entendidos”, ora mal “explorados”… E a falta, só é sentida na falta!…
Prof. Ático Mota… Hoje é 26 de outubro de 2016… Sete meses de sua passagem, 15 dias após a data de seu aniversário… Data não foi lembrada? Talvez não por muitos, mas ele mesmo não “gostava” de cumprimentos neste dia… Preferia ser cumprimentado todos os 365 dias e as 6horas do nascente ao nascente!… Noapte bună... (*)
E o Memorial da Casa Viva, será a morada da saudade, do encontro solitário!… Esperamos e para isso, temos a eternidade a nosso favor!… T.’.F.’.A.’. * Como também era estudioso e admirador da Ordem.’.
(*) Boa noite em romeno.