Blog do Alécio Brandão

Solidariedade: como acolhemos nossos migrantes?

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), milhões de refugiados estão saindo de seus países   de origem, principalmente dos que estão em conflito, a exemplo do Líbano e Israel, fugindo das guerras e por consequência da fome, da violência… Fogem a procura de proteção…

Beco da Aurora... Dona Ana, aguarda por um melhor amanhecer...
Beco da Aurora… Dona Ana, aguarda por um melhor amanhecer…

Não muito diferente há em nosso País, situação de “fuga”, no caso do Nordeste, milhares de pessoas, saem de suas casas, deixando tudo para trás rumo ao Sudeste/Sul do Brasil, a procura de melhores condições de vida, trabalho e certamente proteção ou seja, até de segurança alimentar…

Mais próximo ainda, vemos em Macaúbas, ônibus lotados de filhos daqui, indo para o corte de cana no interior de São Paulo, para a colheita do alho em Goiás… Estes trabalhadores sazonais, muitas vezes, trabalham 10, 15 horas por dia, muitos até em condições análogas à escravidão…

No entanto, tão próximo que às vezes nem damos conta… Uma migrante, conhecida por Dona Ana, que segundo informações é da cidade de Ibipitanga, do seu “interior”… Reapareceu pelas ruas da cidade  pois, pensávamos que o caso já estava resolvido, quando há alguns anos ela perambulava pela cidade, como hoje, dormindo nas ruas, sendo alimentada por “bons corações” que lhe dão comida, água e algum agasalho… Mas sua casa é uma rua, um beco… O da Aurora!… Lá ela amanhece todos os dias…

De vestes azul, de pele negra, cabelos alvos... E um olhar distante...
De vestes azul, de pele negra, cabelos alvos… E um olhar distante…

Neste domingo, 03 de julho, de céu nublado e tímido Sol, com temperatura ambiente em certos lares a 20º, mas na rua, a sensação térmica, a percepção é de 18 ou menos… No cair da noite ainda maior (a percepção da sensação térmica)… Mas, paradoxalmente, a percepção é menor quando se trata de solidariedade ou responsabilidade social, seja das autoridades publícias locais, e neste contexto temos a Secretaria de Ação Social, aprofunda-se a percepção de cidadania e apeguemos à religiosidade local, seja dos católicos ou dos protestantes (luteranos ou não, se não: dos evangélicos), não aprofundemos mais, pois, raros são os da Umbanda, Budistas e/ou Candomblés…

Fato é que a solitária e migrante Dona Ana, certamente tem uma família e tutores, visto que, informações preliminares, dão conta que ela é beneficiária do INSS, sendo assim, pode haver ai, flagrante abandono de incapaz…

Lástima é vermos cenas na TV dos refugiados sérios, libaneses, milhares deles náufragos, mortos e abandonados a própria sorte, e nós, americanos do Sul, indignados com tal “frieza” europeia? Não nos damos conta que temos nossas próprias “barreias” migratórias… Talvez falta-nos a “percepção” de quanto temos corações frios?…

Com a palavra a Secretaria de Assistência Social de Macaúbas, bem como a de Ibipitanga, as igrejas e suas crenças, os homens e mulheres e seus credos…

O blog não consegui manter contato com as secretarias e representantes das igrejas mencionadas, nem tão pouco com a família de Dona Ana, no entanto, percebeu que não poderia ignorar tal imagem ao passar pelo Beco da Aurora… E o espaço fica aberto para interessados, se assim perceberem que é necessário: e-mail: [email protected]


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