Veja a coluna de Samuel Celestino publicado no A Tarde deste domingo e em seu site Bahia Notícias.
O governador Jaques Wagner foi atingido seriamente pela queda de prestígio dos governantes vinculados ao PT, justo quando realiza o melhor período de sua gestão, com obras em diversos municípios e, principalmente, em Salvador. Enquanto a presidente Dilma desaba nas pesquisas, não só a sua popularidade pessoal, mas, principalmente, eleitoral, onde se constata que ela irá ao segundo turno, mas poderá, a depender dos acontecimentos futuros, encontrar problemas para se reeleger.
Wagner, que imagina, ou imaginava, definir o seu sucessor em novembro próximo, está numa encruzilhada. Os pré-candidatos do PT enfrentam dificuldades, a começar pelo ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, carta fora de baralho, envolvido com as contas da sua gestão e com o Tribunal de Contas dos Municípios. Está fora do páreo. Os três que continuam cotados, Rui Costa, José Sérgio Gabrielli e Walter Pinheiro, só o último aparece relativamente bem nas pesquisas, mas muito distante dos nomes que estão à frente, a começar pelo prefeito ACM Neto, que reafirma não ser candidato. Paulo Souto, também do DEM, está em primeiro quando Neto fica de fora; seguindo-se Geddel Vieira Lima, do PMDB. Portanto, os três da oposição baiana.
Há, nos bastidores da política regional, uma série de conjecturas envolvendo a sucessão de Wagner e as dificuldades que passou a ter depois das manifestações espontâneas das últimas semanas de junho. É certo que o movimento das ruas atingiu, indistintamente, os políticos, com maior peso os petistas, por ocuparem o poder. Os oposicionistas, no entanto, avançam nas pesquisas nacionais, com um crescimento virtuoso de Marina Silva, o mesmo acontecendo com Aécio Neves e, mais atrás, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Aqui na Bahia, o agrupamento governista de pré-candidatos de início envolvia sete nomes. Além dos quatros do PT, mais Otto Alencar, Lídice da Mata e o deputado presidente da Assembleia, Marcelo Nilo. Deve-se, além de Caetano, afastar Lídice porque, se Campos for candidato, o palanque montado pelos socialistas (PSB) só terá espaço para Eduardo Campos e não para Dilma. Ficam então cinco. Três petistas e dois da base de Wagner, Otto Alencar e Nilo. Segundo se propala nos corredores, Rui Costa, que seria o nome preferência de Wagner, não consegue encantar. Falta-lhe carisma. José Sérgio Gabrielli anda desaparecido e não faz parte do grupo do governador, assim como Pinheiro, mas por estar bem situado, este tende a seguir adiante e acabar representando o partido na sucessão governamental. É o que se imagina.