(Foto: wallysou.com) O tempo fecha para o PT… |
“Um tornado chamado Brasil
por Samuel Celestino
As manifestações de protestos que estão nas ruas das principais capitais do País, e que acabou de chegar a Salvador neste sábado, para ter consequências provavelmente mais profundas no decorrer desta semana, têm motivações que não se coadunam com a realidade. A de mais repercussão, ocorrida quinta feira em São Paulo, com a Polícia Militar extrapolando as suas pretensas atribuições, teriam sido em função de 20 centavos, valor do aumento das passagens de ônibus. Essa foi a razão declarada, mas, certamente, não foi por isso. Há, em torno de tais manifestações, diversos tipos de discordâncias e descontentamentos que atingem, em cheio, o governo e a sua política econômica, marcadamente a inflação, e um jogo de indefinição no setor da Economia que alcança Dilma Rousseff, vaiada neste domingo no estádio Mané Garrincha. A presidente já não tem o prestígio dos seu primeiro ano de governo. Tal comportamento das massas poderá se transformar numa constante e, aí, alcança o setor político e as eleições do próximo ano. O caminho é incerto. Em cada capital há uma razão para sair às ruas em protestos. Em Salvador, a razão é o “passe livre” e assim avançam os movimentos que põem ao mesmo tempo, em xeque a Polícia Militar com as suas bombas, balas de borracha e a missão de estabelecer a ordem. Não há satisfação no País. Ninguém está contente. O PT, antes uma esperança, se desvaloriza como acontece com a moeda. São Paulo, Brasília, Rio, Manaus e Salvador. Aqui, além do “passe livre” há outras razões para descontentamentos, envolvendo os sindicatos e a safra de reivindicação de aumentos de salários para diversas categorias. No fim das contas, bem observado, o que se registra é justamente a explosão que parte da juventude incomodada com tudo isso e que pode chegar, ao mesmo tampo, ao nada ou ao tudo, porque a motivação se multiplica. Pode surgir de um motivo concreto ou um nada. No fundo, no fundo, está o governo, os políticos embaraçados, a corrupção, e um País antes candidato a ser potência e que, agora, dança no ritmo de um crise com repercussão no exterior e de perda de substância. Não estamos mais diante de uma “marolinha”, mas sim dentro de um tornado que muda de posição, de rumo, a depender do encontro das correntes frias e quentes. (Fonte do texto: Bahia Notícias – imagem acrescida por Macaúbas On Off)