Blog do Alécio Brandão

Secretário aponta novas diretrizes para a gestão da saúde em visita a Vitória da Conquista e região.

Guilerme Menezes
Guilerme Menezes, Fábio Vilas Boas e Karoline Rebouças. 

Um dos objetivos do processo de reestruturação e descentralização da saúde no Estado é evitar que os pacientes precisem ir para a capital, Região Metropolitana de Salvador (RMS) ou cidades polo”. A afirmação do secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, feita durante visita ao Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste, em Vitória da Conquista, reflete uma das diretrizes da gestão.

Para tornar isto realidade, uma das soluções apontadas é a criação de consórcios intermunicipais de saúde. “Os consórcios evitam que os pacientes dos municípios do entorno de uma cidade polo, sobrecarreguem uma unidade de saúde. Hoje, na maioria das vezes que um município toma a decisão de construir um hospital com infraestrutura e atendimento adequado, rapidamente ele se sobrecarrega porque pacientes de outras localidades usam o equipamento, mas as prefeituras beneficiadas não rateiam os custos”, explica Vilas-Boas.

De acordo com o prefeito de Vitória da Conquista, Guilherme Menezes, a cidade é referência para 73 municípios da Bahia, além de cidades do norte de Minas Gerais. A diretora do Hospital geral de Vitória da Conquista (HGVC), Marilene Ferraz, complementa: “aqui atendemos cerca de 3 mil pacientes por mês, sendo que 80% dos casos são de baixa complexidade, o que significa que poderiam ser atendidos em unidades de menor complexidade, como UPAs, nos próprios municípios da região, sem a necessidade de deslocamentos”.

Extinção das Dires

Ao conhecer a sede do Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste, o secretário ressaltou que a extinção das 31 Diretorias Regionais de Saúde foi acertada.”As Dires foram criadas em 1973, em um contexto de sociedade muito mais atrasado tecnologicamente do que o que vivemos hoje em dia. Quando foram fundadas, as telecomunicações eram muito precárias, não tinha comunicação instantânea, as comunicações dependiam de transportes de malotes, de cartas ou de alguém que viajasse de um centro para o outro para obter informações”.

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Naquela época, o secretário revela, que se tivesse um surto de alguma doença, até essa informação conseguir chegar na capital, mapeada de vários locais do estado da Bahia, centralizado e transformado em um boletim epidemiológico, isso duraria semanas ou até meses para se entender o que aconteceu. “Hoje, diferente desse contexto, vivemos em uma sociedade que a comunicação é instantânea, onde é possível entregar saúde, seja por meio de medicamentos ou serviços de forma mais rápida e eficiente”, afirma o titular da pasta da Saúde.

Além disso, ressalta o secretário, as Dires estavam inibindo alguns municípios pequenos de executarem as suas funções e, em municípios maiores havia sobreposição de ações. “Estamos fazendo um enxugamento operacional e físico para que o Estado e suas estruturas se adequem às novas funções. Os núcleos regionais de saúde passarão a exercer as funções de controle e apoio técnico, ajudando os municípios realizarem as suas atividades, mas não os substituindo ou sobrepondo a sua obrigação constitucional”, afirma.

Com a extinção das Dires, cerca de 700 profissionais de saúde poderão atuar de forma direta na prestação de serviços para a comunidade. “Uma das ações planejadas é fazer com que os mais de 50 dentistas possam atender nas escolas, enquanto que outros profissionais de saúde iriam para unidades de assistência, como hospitais, mas tudo de forma democrática e com diálogo”, pontua Vilas-Boas.

Na opinião do prefeito Guilherme Menezes, “essa sintonia de ações para se evitar desperdício de tempo e otimizar recursos é sinal de dias mais produtivos para a saúde na Bahia”, ressalta o prefeito, que concorda com as iniciativas que visam gastar menos com burocracia, prédios e energia para que se possa realocar em medicamentos, salários, equipamentos e serviços para a população.

Sesab/Ascom
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