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O artista blogueiro |
Eduardo Junior Cambuí, desde 2007, mantém o blog arteporparte.blogspot.com, um espaço para divulgar sua produção cultural… Cambuí é artista plástico autodidata, fundador da Associação dos Artista Plástico de Macaúbas (APLAM), membro da Fundação Cultural Prof. Mota, fomentador e organizador de diversas exposições culturais em nosso Município, até os soteropolitanos no TJBA já viram…… Junior, recentemente recebeu uma homenagem especial da RÁDIO NACIONAL DA AMAZÔNIA, sendo entrevistado AO VIVO, ouça na barra lateral na íntegra o AUDIO da entrevista concedida a NÍVEL NACIONAL… Eduardo, mantém também projeto de aula de pintura em tela é seduzido e sedutor das artes: pinta, canta e faz suas “costuras” culturais, incentivador das iniciativas CULTURAIS do nosso município… Assim é a “Boacaubas” um poço de algumas contradições terríveis, “somos ingratos” ao extremo, pouco valorizamos e incentivamos o que temos de MELHOR, damos MAU posicionamento as PEÇAS que compõem nossa SOCIEDADE… Por fim, Eduardo Junior Cambuí, trabalha como MONITOR, COORDENADOR de uma TELESALA do Estado Baiano… Poderia ser TOTALMENTE e não “POR PARTE”, melhor “explorado” em seus dons natos em benefício do seu crescimento profissional e a BEM DA COMUNIDADE… Temos em nossa cidade a Secretaria de Cultura – espaços “bons” para serem utilizados com o PONTENCIAL de Cambuí: SOCIALIZAR JOVENS ATRAVÉS DA CULTURA… Tem em nosso município um PLANO ANUAL CULTURAL?
Vamos “POR PARTE”, a ARTE é sensata… Por ser eterna!… Valeu Cambuí…
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Antes de começar a tratar da pintura deste post, vamos às novas! Esta semana tive uma grata surpresa ao ser convidado pelo programa Mosaicos da Rádio Nacional da Amazôniapara conceder uma entrevista ao vivo sobre o “Arte por Parte” (quem quiser ouvir, no rodapé deste post tem o audio da entrevista). Todas as segunda-feiras o programa faz uma entrevista com um blogueiro que escreve sobre arte e na segunda passada (31 de outubro) foi a minha vez. Fica aqui o meu agradecimento à equipe da Rádio Nacional. E agora, vamos ao que interessa!
Em pintura, algumas coisas fora da tela também causam uma certa dor de cabeça nos artistas. Algumas vezes esse dilema vem na hora de estipular o preço (como foi tratado na publicação anterior), em outras é na hora de encontrar uma forma de fazer parte do meio artístico (tratado na publicação “Elis Regina”) ou até mesmo, no momento de decidir qual será o título da obra.
Às vezes, o título da obra tem grande importância no trabalho, servindo mais ou menos como um fio condutor que visa levar o observador para o mesmo rumo da ideia que o artista havia planejado como objetivo. A ideia que envolve a obra é tão ou até mesmo mais importante que o modo como ela foi feita, já dizia (mais ou menos assim) o artista Marcel Duchamp. Assim como também há ocasiões em que ter um título não faz a mínima diferença. Esta última possibilidade é o caso da pintura de hoje. Pra falar a verdade, só fui entitular o trabalho agora, na hora de publicar aqui.
Mas é preciso dar nome a obra? Cada um é livre para fazer o que quiser, seja dar nomes extensos (Salvador Dali fazia muito isso), nomes curtos, apenas atribuir um número (como é o caso de algumas obras de Jackson Pollock) ou deixar sem título mesmo. Mas é bom sempre colocar um título, até para que as pessoas possam se referenciar ao trabalho. Já pensou se você não tivesse um nome? Pois é… é mais ou menos por aí.
A ideia principal desta pintura é passar uma expressividade forte de um rosto… simplesmente. A pintura foi feita sem muito planejamento, de forma rápida, recortando propositalmente o rosto (como numa foto mal enquadrada), que nos conduz para o olhar marcante e absorto em pensamentos, um tanto disperso (dependendo da interpretação de cada um), com olhos um poucos maiores do que a proporção normal, justamente para evidenciar a profundidade de um olhar que muito diz, mas não fala nada. Eu acho muito interessante essa coisa da comunicação muda pela troca de olhares e tentei fazer algo do tipo, entre a obra e o observador, ainda que o personagem esteja mais para alguém que olha para o vazio, pensando na vida, nas suas coisas (daí a escolha do nome).
A escolha das cores (apenas o vermelho, o preto e o branco foram usados), foi inspirada na estética das capas dos discos da banda escocesa Belle & Sebastian, que muitas vezes utilizaram fotos com predomínio do preto com outra cor, como vermelho, amarelo, azul ou vermelho.
O personagem deste trabalho foi inventado… quando se trata de figuras masculinas, sempre aparece alguém dizendo que o personagem se parece comigo, algo que eu normalmente discordo . Talvez isto aconteça porque, obviamente, eu estou familiarizado com os meus traços e acabo reproduzindo inconscientemente isto nos meus personagens. Não é como acontece, por exemplo, nos trabalhos de Frida Kahlo, que se retratava em todos eles, ou com Hieronymus Bosch, que muitos estudiosos acreditam que ele pintava a si próprio escondido em algum detalhe da obra (como se fosse o tataravô daqueles livros do “Onde está Wally?”), como acontece na pintura “A morte do avarento”.
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Bosch – A Morte do Avarento |
Apesar do monte de grandes pintores que eu citei acima, a maior referência para esta pintura é Roy Lichtenstein. É claro que me reservei ao meu próprio estilo, mas no meu ponto de vista, esta pintura também tem um ar de história em quadrinhos, ainda que de forma mais sutil, tão abordado por este grande artista da pop art nos seus reconhecidos trabalhos. Voltando para a pintura deste post, a ideia inicial era fazer uma série com várias peças no mesmo estilo, cada uma retratando um tipo de expressão, sempre utilizando dois tons (preto e uma outra cor), mas deixei temporariamente de lado. Um dia eu retomo a ideia.
(Fonte do texto e imagens do que está com fundo preto: www.arteporparte.blogspot.com)