Blog do Alécio Brandão

Geração “nem-nem”: no País, 23% dos jovens nem trabalham nem estudam. E a realidade de Macaúbas, como é?

“Cerca de 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam de acordo com uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta segunda-feira (3). Os dados indicam que esses jovens são, em maioria, mulheres e de baixa renda, e representam um dos maiores percentuais nessa situação entre nove países da América Latina e Caribe.” (Fonte IPEA))…

Macaúbas e sua juventude VIP… (Foto Entevip)

Este é um dado do IPEA, sobre a situação dos jovens brasileiros. Veja a seguir, segundo o IBGE, a situação de Macaúbas.

Os números de Macaúbas: 

Em Macaúbas, segundo censo de 2010, o município tem 12.186 jovens, não há números que se referem sobre o mercado de trabalho para jovens em Macaúbas, porém se tomadas as proporções de toda população (5,6% de ocupação), teríamos ai apenas 682 jovens no mercado formal de trabalho mas, sabemos que este número é bem menor.

Com 5,6% da população formalmente empregada, que representa 2.823 pessoas, ai estão os contratados pelo regime CLT, servidores públicos de todas as esferas e os contratos temporários da prefeitura. O salario médio é de 1,9 do salário minimo (ou seja: R$ 1.812,60). A grande maioria 94,4% está fora do mercado formal, são aposentados, crianças e idosos. Veja o quadro geral, de acordo com o censo populacional de 2010. com 47.051 habitantes. (A população de 2018, estimada pelo IBGE é de 49.474, a qual é contestada pela Prefeitura de Macaúbas. Em agosto de 2017 a estimativa do IBGE era de 50.987, o que elevou o repasse do FPM de 2.0 para 2.2%, por isso, há a contestação do município). Veja os números

Melhor educação… Mais cultura… (Foto Leda Morais)

Crianças: 3.294 

Jovens: 12.186

Adultos: 27.336

Idosos: 4.235

Entre os idosos e população adulta, estão ai os aposentados, que em sua maioria são rurais, em seguida servidores públicos e por fim os da iniciativa privada (CLT), há também os beneficiários de programas assistenciais do governo, como benefícios diversos. No caso dos aposentados rurais somam quasse 20 da população, ou seja, cerca de 10 mil pessoas (que estão entre os adultos e idosos). Leva-se em conta que cerca de 70% de toda população é rural: 32.000, tendo como base o censo de 2010.

Outros números:

População Masculina: 23.541

População Feminina:  23.510

População em creche ou em escolas: 16.430

Não Alfabetizados: 14.551*

Alfabetizados: 32.500*

* Estes números são contestados, principalmente com o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral, que tem metodologia diferente do IBGE, para o TRE, ser alfabetizado a pessoa tem que saber ler, escrever, e além disso o “entendimento” do que leu, e velha e boa interpretação e mais outras exigências. Sendo assim, tende a crescer o número de analfabetos em Macaúbas, visto que, o entendimento do IBGE, é da figura do “alfabetizado funcional”, aquele que assina seu nome, ler e escreve “grosseiramente”

O “descaminho” da população jovem: 

Com uma população com mais de 12 mil jovens, que representa cerca de 26% da população, não há no município uma Política Publica voltada para esta importante fatia da população, que na verdade irá no futuro representar sua força de trabalho.  Desta população, boa parte são de estudantes, outra grande parcela são de jovens que já concluíram o segundo grau e que estão fora das universidades e fora do mercado de trabalho. Anualmente Macaúbas envia cerca de 5 mil pessoas, entre estes maioria jovens (ou jovens adultos), para trabalhos sazonais como o corte de cana e colheita do alho, tirando muitos jovens da conclusão do ensino médio e o afastando das universidades.

O que pode ser feito? 

A solução não é simples, visto que constitucionalmente a responsabilidade pelo ensino secundário estadual (do governo do estado), ai entraria a força política e lobby direto em Ondina. Mas, o município pode ter suas próprias políticas de inclusão dos jovens em universidades. Em Macaúbas há uma bela iniciativa que é o Curso Preparatório para o Vestibular (Cursinho prof. Ático), que vem fazendo a diferença. Já para o engajamento para o mercado de trabalho, a carência é nacional, no entanto, não é motivo para o uso da criatividade e enfrentamento do problema. Um das saídas é a formação em cursos técnicos (também há uma oferta no CETEP), mas também não é o solucionador do problema. O que precisamos mesmo é do emprego DIRETO – este, quem só pode oferecer é a iniciativa privada. E pergunta-se, como? 

Como: 

Como o Poder Público pode incentivar a geração de emprego da iniciativa privada? Atraindo empresas de médio porte a se instalar no município… Mas, para isso, elas antes procuram infraestrutura, como água, incentivos fiscais, etc… E novamente esbarramos nas águas!… Inicia ai o “ciclo vicioso”… E o nosso grande problema parece ser gestões públicas equivocadas e a cada dia uma sociedade menos crítica e cabisbaixa! Somos jovens nem-nem, dentro de uma sociedade nem-nem… Nem cobra, nem tem! 


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